quinta-feira, novembro 23, 2006

Uma balada à espera da próxima onda...


Sentado no alpendre da casa de Madame Java, na Guiana Francesa, Corto recorda as mulheres que passaram pela sua vida, enquanto bebe pequenos goles de rum caribeño, abrigado do sol do entardecer.
Não tantas para que deixe de ser o marinheiro errante... irrequieto o suficiente para que as suas viagens o tragam do pacifico sul e o levem a tantas paragens como os confins da Sibéria, a Veneza, ao Sahara e ao tango de Buenos Aires.
Ñão tão poucas que não recorde um sorriso distante de Hispasia em Veneza, da ruiva rebelde do eire, a juventude de Pandora da Escondida.
O pirata dos mares dos sul, o dervish de Samarcanda, nunca seria o mesmo sem os incontáveis amigos o acompanham. O intratável Rasputin, a Boca Dourada de idade incerta, passam ainda pelos pensamentos de um dos últimos cavaleiros sonhadores, que por trás da frieza e inexpressividade do rosto, continua a preocupar-se.
A senhora Java sai para o alpendre fica a olhar Corto, de olhar perdido no mar.
Será que temos todos um pouco de sonhadores e melancólicos como o cavaleiro maltês e esperamos também que a próxima onda nos traga, não apenas mais uma viagem mas a ultima e derradeira ancôra que nos prenda em qq canto do mundo?

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