sexta-feira, março 30, 2007

O fascismo voltou?


Não chegavam um bando de saudosistas das falsas moralidades e falsos bons costumes, do belo fascismo de 2ª, que caracterizou a forma de viver durante três época, terem expressado a sua opinião num concurso, que além de comentadores sem credibilidade, ficeva muito aquém da qualidade com que os portugueses merecem ser tratados, votarem no ilustrissimo Dr. Oliveira Salazar como "o mais importante de todos os portugueses", como na mesma semana surge um cartaz de um partido de tendências xenófobas, apelando à expulsão de todos os imigrantes.

Pensei em deixar passar a pobreza de espirito de todos quanto votaram no senhor Dr. Salazar (que teve as suas qualidades, sendo uma referência entre os portugueses da sua época) mas já parece preocupante que se queiram atirar os males que ocorrem neste país para imigrantes legais que contribuem para a riqueza deste país garantindo em muito casos, que muitos pobres de espirito possam receber a sua pensão no fim do mês.


Preocupante que neste pequenino país pensemos ser superiores a alguém com uma história mais rica e antiga que a mais antiga nação da europa...


O mundo tem sofrido mais mudanças nos últimos 20 anos do que conseguimos recordar, o comunismo morreu e o Fidel também já foi (só que ainda não sabe!), as torres gémeas a desfazerem mostraram ao mundo que os USA não são nem omnipotentes, nem intocáveis... um mundo novo em que um irão e uma coreia do norte desafiam o poder de uma superpotência que já não consegue reunir os aliados que ainda há 6 anos estavam desejosos de partir numa cruzada contra os islão. Uma superpotência que contribui para o aumento do efeito de estufa e que vai precisar de novos aliados para chegar a uma solução.


O mundo mudou e não só os portugueses não aprenderam nada como querem recuar 33 anos no tempo... para um mundo que já não existe. Os portugueses eram e são uma nação de emigrantes espalhados pelo mundo. Se esses deslocados que temos nos 4 continentes regressassem e substituissem os imigrantes que por cá trabalham, será as condições económicas e sociais iriam melhorar? A produtividade dos portugueses que tão apreciada se diz ser por esse mundo fora iria melhorar a nossa qualidade de vida? Será que iamos receber os emigrantes portugueses nos USA, no Canadá, na Venezula que fazem a sua vida na marginalidade, com esta alegria Nacionalista?

A mim os imigrantes não me chateiam... muitos estão cá trabalham e contribuem para a Segurança Social que não vai reverter para eles, mas para nós que continuamos a explorar a mão de obra imigrantes, como os alemães, os franceses, os espanhois, os suiços fazem...

As migrações só existem porque o local onde vivem as populações que se deslocam não produzia para garantir a subsistência. Assim era Portugal na época "paradísiaca" do fascismo... assim é hoje... A segurança que todos se queixam está relacionada com a economia e não os imigrantes. Economia essa que ficou de rastos com a "guerra do orgulho nacional" onde morreram tantos portugueses de ambos os lados. Este é o país que ainda estamos a tentar levantar...

É o país que temos... mas será que posso fazer alguma coisa para o mudar?

Dia 1º de Abril... license to lie...


Como não estou por aqui no dia 1 de Abril, vou adiantar-me na opinião que deveria ficar reservada para o dia tradicionalmente conhecido por dia das Mentiras, espero que seja curta e não aborreça ninguem, mas opinião é minha e eu dou-a, apenas porque me apetece.
A mentira é normalmente uma questão de perspectiva, na qual se esconde uma verdade mais abrangente... ou meramente uma manipulação da verdade. Filosófico talvez mas não deixa de ser verdade... ou mentira.

A verdade tal como a a mentira fazem parte do virtual da realidade. As perspectivas diluem-se e a verdade e a mentira não passam de duas faces da mesma moeda. Quanto falo em virtual procuro referir a conceitos que precisamos para definir a realidade. Mas a verdade é que nem a verdade nem a mentira existem. O que existe, são diferentes visões de um mesmo objecto. O Homem (ok... a Mulher também...) é que manipula a visão da realidade com as palavras. São estas que criam a verdade e a mentira.

Mas afastei-me do Dia das Mentiras para puder brincar com as palavras... no fundo, se não tivermos um espirito brincalhão como conseguimos nós viver numa realidade cada vez menos verdadeira? Em que as diferentes expressões do nosso eu partilham a dualidade da verdade e da mentira?


Precisamos representar cada vez mais papeis no nosso dia-a-dia, ao ponto de esquecermos o real e criarmos a imagem do que gostavamos de ser. Manipulamos o nosso eu tantas direcções diferentes que a própria realidade se distorce. Para manter a sanidade, precisamos de brincar.


Vamos fazer do dia das mentiras uma expressão daquilo que somos... Crianças em pele de adultos... Punham sorrisos na cara e experimentem andar com eles...

Bom FDS

segunda-feira, março 26, 2007

Filmes e músicas...

Um fds agradável, sem prisões ou obrigações e deixando-me levar pelas inspirações de momento.

Não começou na 6ª mas sim no sábado, com o passeio errático e sem destino programado na Feira da Ladra, onde se respira uma atmosfera mista de malandrice e nostálgias, cultura e quinquilharia. Quero propor como som do dia (e talvez da semana), para quem gosta de música irlandesa a compra de sábado, que saiu a bom preço e sem grandes negociações:
The Dubliners.

Depois almocei com uma alarvidade comedida, num tasco no Beato, em jeito de despedida de um bom amigo, que vai procurar outras atmosferas na capital da europa civilizada e triste: Bruxelas.


Despedidas feitas e espirito irrequieto... que fazer? Vou cravar a Patanisca para dar a volta dos tristes. Efectuado o convite e lá seguimos nós em direcção (um pouco vaga e sem ideias muito definidas) a Sintra e ao sol.
A primeira paragem foi no cabo da Roca, onde estava um sol quente e um vento cortante e nada desagradável vindo do mar. Depois um pulinho até à praia do guincho. Uma tarde bem passada e em boa companhia.

Da musica já falei. Quanto aos filmes decidi seguir o conselho da Especiaria e aluguei o filme "
Água". Fotografia magnifica e uma história que mexe na alma.

Deixo, assim, duas sugestões culturais a quem se interessar pela coisa...

sexta-feira, março 16, 2007

Vamos meditar um pouco...

Os mails ainda servem para qqc + do que mandar anedotas, pedidos de sangue ou transplantes de medulas para doentes terminais que estão a morrer à pelo menos 10 anos, para nos propor "negócios da china" no meio do continente africano ou no Brasil... ocasionalmente trazem notícias de quem não ouvimos há muito ou trazem algo em que pensar... A seguinte transcrição enquadra-se nesta última categoria... não fala em sentimentos, mas na cultura de um povo e no que pudemos mudar para melhorar. Talvez se cada um fizer um pouco...

Construir um País

Precisa-se de matéria prima para construir um País

Eduardo Prado Coelho - in «Público»

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.

Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.

Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.

Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa?.... MEDITE!

Musicas de sonho... e bom acordar...


Depois de uma deprimente semana (pela qual responsabilizo o Banco Central Europeu, pelos seus irresponsáveis e consequentes aumentos nas taxas de juro, que constantemente nos aumentam o custo de vida), acordei hoje com um sorriso. Infelizmente a "culpada" pelo excelente a acordar não foi uma mulher meiga deitada a meu lado. Foi um homem.

Concretamente o Sr. Pedro Ribeiro com o seu programa da manhã e o seu cantinho de músicas de sonho. O rádio-despertador já tocava há uns bons 20 mins. e eu nem sequer o ouvia, quanto o dito cujo radialista começa a descrever um pedido que lhe foi feito ontem ao entrar para o jogo do SLBenfica-PSGermain (parabéns pela vitória!). Um adepto agarrado à bela da "bejeca" faz o pedido da música que me despertou com um sorriso.

Pela imagem acima já devem ter adivinhado que foi a música do Verão Azul, série de culto para quem viveu os anos 80.

Obrigado Pedro Ribeiro...

Bom FDS

segunda-feira, março 12, 2007

Pensamento do dia... :D


Descobri que o melhor tratamento de beleza é a bebedeira! Quando estou com uns copos a mais, toda a gente me elogia:

"Tás bonito, tás..."

sexta-feira, março 09, 2007

A Strange Kind Of Love...

Peter Murphy (Bauhaus) (1957-...)

A strange kind of love
A strange kind of feeling
Swims through your eyes
And like the doors
To a wide vast dominion
They open to your prize

This is no terror ground
Or place for the rage
No broken hearts
White wash lies
Just a taste for the truth
Perfect taste choice and meaning
A look into your eyes

Blind to the gemstone alone
A smile from a frown circles round
Should he stay or should he go
Let him shout a rage so strong
A rage that knows no right or wrong
And take a little piece of you

There is no middle ground
Or that's how it seems
For us to walk or to take
Instead we tumble down
Either side left or right
To love or to hate

terça-feira, março 06, 2007

Ao meu amigo Mário...

DO MAR

Aqueles de um país costeiro, há séculos,

contêm no tórax a grandeza

sonora das marés vivas.

Em simples forma de barco,

as palmas das mãos. Os cabelos são banais

como algas finas. O mar

está em suas vidas de tal modo

que os embebe dos vapores do sal.

Não é fácil amá-los

de um amor igual à

benignidade do mar.

Fiama Hasse Pais Brandão, As Fábulas

Dias de Mulheres...


Em vésperas de mais uma "homenagem" aos seres do sexo feminino que aos poucos vão conquistando um lugar ao sol neste pequenino país em que ainda têm de lutar por uma igualdade de direitos, venho aqui expressar a minha opinião sobre este dia que ao contrário do pretendido cria um maior afastamento da igualdade entre homens e mulheres na sociedade.

A mulher e os seus diferentes papeis sociais, como mãe, "mulher" (esposa), filha, trabalhadora merece mais do que "um" dia, devendo ser recordado e valorizado todo o esforço que fazem por conquistar um lugar ao lado do homem como cidadãos de pleno direito.

As flores acima são para todas as mulheres, em todos os dias do ano.


Profissão: Mulher

Ana C. Pozza

Do lar?!
Só se for dinheiro
Recheando a minha carteira!
Eu sou mulher!
Mulher por inteiro.
Mulher inteira.

Prefiro ser
Louca,
Des-va-i-ra-da
A ser
Isaura,
Mulher escravizada!

quinta-feira, março 01, 2007

Não escolhes quem amas...

Ernst Ludwig Kirchner - Girl Under a Japanese Parasol


... no máximo, aceitas que te amem. Era tão mais fácil que as nossas escolhas recaíssem sobre a pessoa certa, para quem nós seríamos o mesmo...

Comecei (e ainda não acabei) a ler o livro Sputnik, meu amor de um japonês com um daqueles nomes quase impronunciáveis. Conta a história de um triste triângulo cujo vértice é uma mulher... simplificando: um homem ama uma mulher que não tem o mínimo desejo sexual por ele mas que se apaixona por outra mulher que não tem a mais vaga consciência desse desejo... foi simples ou continuam suficientemente baralhados? Não me confunde minimamente o desejo (homo)sexual da jovem em causa... Apenas queria referir que os nossos desejos e as nossas paixões nem sempre são dirigidas às pessoas que sentem da mesma forma... e mesmo quando isso acontece nem sempre são as pessoas que nos fazem melhor... é fácil, no entanto acomodarmo-nos ao que outros sentem por nós, mesmo sem partilharmos esses mesmos sentimentos...

Aprendi ainda que Sputnik significa companheiro de viagem... e o que é a vida além de uma viagem?