terça-feira, julho 10, 2007

Saudade...


Epístola para Dédalo

Porque deste a teu filho asas de plumagem e cera
se o sol todo-poderoso no alto as desfaria?
Não me ouviu, de tão longe, porém pensei que disse:
todos os filhos são Ícaros que vão morrer no mar.
Depois regressam, pródigos, ao amor entre o sangue
dos que eram e dos que são agora, filhos dos filhos.

Fiama Hasse Pais Brandão, in Epístolas e Memorandos, 1996

Todos os dias encontramos pessoas especiais na nossa vida, nem sempre temos a mesma capacidade para ver isso, mas sentimo-lo com toda a força quando essas pessoas se vão. Muitas vezes essa partida é de grande sofrimento, quer para a pessoa quer para os que a rodeiam. Mesmo à distância senti essa dor, acompanhei o processo de degradação fisica e mental da mãe de uma grande amiga. A saudade que a D. Diná deixa na familia e nos amigos, estava presente no sorriso, alegria de viver e na força com que vivia a vida.
Um beijo grande cheio de saudade e (sem ser religioso) que no sitio onde está agora, não haja sofrimento.

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