sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Férias...

Dia 26 estou de volta... bom carnaval para os que o vivem e para os outros também...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

...

Desespero... eu não sei o que dizer, nem como ajudar...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Citações freudianas

Sigmund Schlomo Freud - o tal que explica... (1856-1939)

"Envolve-me lentamente uma carapaça de insensibilidade; verifico-o sem me queixar. É também um desfecho natural, um modo de começar a tornar-me anorgânico. A isto costuma chamar-se, segundo creio, a serenidade da idade. É algo que sem dúvida deve estar ligado a uma viragem decisiva nas relações entre as duas pulsões cuja existência supus. A transformação que a acompanha não é talvez excessivamente forte; permanece cheio de interesse tudo quanto tinha outrora, mas há um certo eco que falta; eu, que não sou músico, represento-me esta diferença como uma questão de usar ou não o pedal. A pressão sensível e incessante de uma enorme quantidade de sensações importunas deve ter apressado este estado prematuro, esta disposição a sentir tudo sub specie aeternitatis." - As Palavras de Freud

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Momentos musicais

Adriana Calcanhoto (estilo Björk)

Beija Eu

Composição: Marisa Monte

Seja eu, seja eu,
Deixa que eu seja eu
E aceita o que seja seu
Então deita e aceita eu

Molha eu, seca eu
Deixa que eu seja o ceu
E receba o que seja seu
Anoiteça, amanheça eu

Beija eu, beija eu, beija eu
Me beija
Deixa o que seja seu
Então beba e receba
Meu corpo, no seu corpo
Eu no meu corpo
Deixa, eu me deixo
Anoiteça, amanheça

Seja eu, seja eu,
Deixa que eu seja eu
E aceita o que seja seu
Então deita e aceita eu

Molha eu, seca eu
Deixa que eu seja o ceu
E receba o que seja seu
Anoiteça, amanheça eu


Adiantado e dedicado...


Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direcção. - Antoine de Saint-Exupéry

Aqueles que falam das alegrias do amor, por certo, nunca amaram. Amar um ser é senti-lo necessário, portanto, sentirmo-nos nós próprios numa incessante precariedade. - Jean Rostand

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

2 amores... e um bom momento cultural


As perspectivas de um bom príncipio da noite de ontem não eram as melhores: uma ida ao dentista e provávelmente voltar em seguida para casa para preguiçar em frente da televisão.

Depois tive uma primeira alegria/frustração ao concluir que o dentista devia ter recebido a minha visita no dia anterior... Boa... 'tou mesmo necessitado de férias.

Minutos depois (e já com nova consulta marcada) recebo um telefonema do meu mano, a informar-me que os meus pais estavam ambos com uma bela gripe em cima, precisamente na mesma noite em que iriam a assistir à peça "2 amores" com o José Pedro Gomes e o António Feio e que seria uma pena os bilhetes não serem aproveitados.

Apesar dos infortunios dos outros, foram 3 horas bem passadas... saí do espectáculo com dores nos maxilares de tanto rir. Aconselho!!!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Vida, satisfação e pensamentos positivos...

António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (1944-1984)

(...)
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim?...

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
(...)

Alguma vez estamos completamente satisfeitos com o que temos? É humano querer sempre mais, melhor... Normalmente depreciamos o que temos... se estamos tristes, não conseguimos olhar para nós e ver as nossas qualidades... ou o que temos de bom para dar aos outros...

Precisamos de um equilibrio que procuramos nos outros. Uma felicidade como um todo e que provenha dos outros.

Será que sabemos viver a nossa vida sem nos acomodarmos ao que não gostamos. Precisamos de nos sentir amados mas esquecemos muitas vezes que esse amor que os outros sentem, provém de nós e dos nossos actos. A parte animal em nós controla o que sentimos ou será a racional?

O que mudavas? A tua vida ou a tua forma de a encarar?

Realmente nem todos somos péssimistas ou optimistas em relação à vida... mas será que nos sentimos plenamente satisfeitos com os caminhos que escolhemos? Existe satisfação ou felicidade suprema?... ou serão mitos que constantemente procuramos atingir?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Pensamento...

Vincent Willem van Gogh (1853-1890)

"O resultado do pensamento não tem de ser o sentimento mas a actividade."

Muita razão tinha este homem visto que a actividade deve ser fruto do pensamento... mas talvez o pensamento seja também a estruturação do sentimento para a actividade.

Vou tentar aplicar à minha vida este ensinamento e talvez me torne menos emotivo...

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Não Pode Existir Amor Sem Verdadeira Troca

Não te lembras de ter encontrado na vida aquela que se considera um ídolo? Que havia ela de receber do amor? Tudo, até a tua alegria de a encontrares, se torna homenagem para ela. Mas, quanto mais a homenagem custa, mais vale: ela saborearia melhor o teu desespero.

Ela devora sem se alimentar. Ela apodera-se de ti para te queimar à sua honra. Ela é semelhante a um forno crematório. Ela, na sua avareza, enriquece-se de várias capturas, julgando encontrar a alegria nessa acumulação. E não acumula mais do que cinzas. Porque o verdadeiro uso dos teus dons era caminho de um para o outro, e não captura.

Ela verá penhores nos teus dons e abster-se-á de tos conceder em paga. Na falta de arrebatamentos que te satisfariam, a falsa reserva dela far-te-á ver que a comunhão dispensa sinais. É marca da impotência para amar, não elevação do amor. Se o escultor despreza a argila, terá de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de um palavreado. Não descuides as felicitações, nem os presentes, nem os testemunhos. Serias capaz de amar a propriedade, se fosses excluindo dela, um por um, como supérfluos, porque particulares demais, o moinho, o rebanho, a casa? Como construir o amor, que é rosto lido através da urdidura, se não há urdidura sobre a qual escrever?


Sem cerimonial de pedras, não haveira catedral.


Nem haverá amor sem cerimonial em vistas do amor. Eu só atinjo a essência da árvore se ela modelou lentamente a terra segundo o cerimonial das raízes, do tronco e dos ramos. Nessa altura, ela é una. Tal árvore e não uma outra.


Mas aquela acolá desdenha as trocas, que a haviam de fazer nascer. Ela procura no amor um objecto capturável. E esse amor não tem significado algum.


Ela julga que o amor é presente que ela pode fechar nela. Se tu a amas, é porque ela te conquistou. Ela fecha-te nela, convencida de enriquecer. Ora o amor não e tesouro a conquistar, mas obrigação de parte a parte, fruto de um cerimonial aceite, rosto dos caminhos da troca.


Jamais essa mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela há-de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas.


Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo, também é sentido das pedras.


Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela'

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Referendo II...

Estamos já, em período de campanha para mais um referendo para despenalização da interrupção voluntária da gravidez e sei que já fiz referência a este assunto e à minha posição num post anterior, mas queria deixar aqui um apontamento já antigo como a própria controvérsia que gera este tema.

Nos primeiros dias de Abril de 1982, o deputado do CDS João Morgado, teve uma intervenção na Assembleia da República alegando que (e cito!) “o acto sexual é para ter filhos” (pobre infeliz que não conhecia as alegrias da vida!). Em resposta, uma das grandes lutadoras pelos direitos das mulheres neste país, Natália Correia, interrompeu os trabalhos da Assembleia da seguinte forma:

Já que o coito - diz Morgado –

tem como fim cristalino,

preciso e imaculado

fazer menina ou menino;

e cada vez que o varão

sexual petisco manduca,

temos na procriação

prova de que houve truca-truca.

sendo pai só de um rebento,

lógica é a conclusão

de que o viril instrumento

só usou - parca ração! -

uma vez. e se a função

faz o órgão - diz o ditado -

consumada essa excepção,

ficou capado o Morgado.

(NATÁLIA CORREIA - 3 DE ABRIL DE 1982)


... e mais não digo!